quarta-feira, 16 de junho de 2010

Festa de Gala

Seria apenas mais uma festa que a corte daria em homenagem ao filho do Rei que estava festejando mais um ano de vida, seria um dos eventos mais esperados do ano e também o qual todos queriam frequentar. Necessariamente eu iria à festa, garantindo meu lugar em um dos camarotes dispostos para os convidados, os mais cobiçados e também os que deveriam ter uma certa afinidade com a própria corte. E por ser amiga e conhecida da família consegui um dos melhores lugares no grande castelo, onde eu poderia ver tudo e todos.
Sentada na cadeira esperando aos tantos outros convidados, eu o vi. Sim, era ele, já o tinha notado em outras ocasiões, porém algo nele me chamava atenção magnificamente, como o ar aquilo começou a ser vital, pelo menos naquela noite. De onde eu estava eu podia ver ele, acredito que ele não prestava muita atenção ou até mesmo preferia não demonstrar nenhum indício de reciprocidade. Durante aquelas horas de conversas, com as moças que estavam comigo, sobre a vida alheia e sobre o que poderia acontecer futuramente, decidi dar uma volta pelo castelo, pois achava-o maravilhoso e sempre ficava encantada por cada detalhe. Depois de passar por diversas portas e tendo a impressão de que elas haviam se multiplicado acabei me perdendo e rejeitei a hipótese de voltar o percurso que havia feito e continuei seguindo reto, pois em algum lugar eu deveria chegar. De repente, aquele cavalheiro, que eu estava a admirar, apareceu de uma das milhares portas que ali existiam.
- Olá, a senhorita esta perdida?- ele me olhou, e sua fala era tranquila e calma, como o doce sereno da noite que banhava o vasto jardim que da janela eu podia ver.
-Não, não estou. – Sim eu estava. Preferi mil vezes negar o que ele afirmava. – Só estou dando umas voltas por aqui, o salão esta muito cheio - Sorri, foi apenas o que fiz. Ele continuava a me olhar e eu retribuía. Eu realmente não sabia o que estava acontecendo comigo e se soubesse preferia não entender.
Ele usava um smoking preto e uma camisa branca, simples porém, elegante. Eu trajava um longo vestido vermelho com um xale cobrindo os ombros.
- Bom, posso acompanhá-la? Se não for incomodar, é claro! – Ele disse a mim. Era muito cavalheiro e por um momento eu pensei em estar em algum sonho, pois ele era irreal para meu pequeno mundo real.
- Sim, pode sim! – afirmei a ele - Gosto sempre de dar uma olhada nesse castelo, algo nele me chama a atenção e incrivelmente eu me sinto encantada por cada coisa que o compõe – Abaixei a cabeça, eu estava sem nenhuma ideia do que falar a ele. Eu ria baixinho das minhas ações, mas ele peculiarmente me olhava e perguntava muitas coisas que eu não sabia responder.
Continuamos a andar seguindo o corredor enorme. Eu estava começando a ficar intrigada e a acreditar que ele também havia se perdido. Enquanto andávamos, o salto do meu sapato enroscou na passadeira que havia no chão e, consequentemente, eu quase cai se não fosse as firmes mãos dele segurando meus braços.
- Nossa, mil desculpas, não estava atenta – Eu falei, ele riu e segurou em meus braços como se eles já os pertencessem.
- Tudo bem, sua sorte é estar ao meu lado, pois você poderia ter caído – E olhou nos meus olhos. Fique totalmente envergonhada e quando achava que aquele pesadelo havia acabado, eu estava caindo novamente, porém dessa vez, ele foi junto ao chão. Olhamos e começamos a rir, poderíamos passar o resto da noite deitados ao chão pois eu tinha certeza de que ninguém iria nos incomodar. Quando levantei notei que havia cortado o tornozelo e por impulso levantei a barra do vestido e vi o sangue q começava a escorrer.
- Cortei meu tornozelo, preciso ir ao banheiro pra limpa-lo, só que realmente não sei onde fica. – Olhei pra ele totalmente desiludida por achar que aquela noite seria memorável, porém estava muito enganada quanto a isso.
- Posso lhe ajudar? Acho melhor eu fazer alguma coisa.- Ele me pegou no colo e abriu a primeira porta a esquerda. Era um grande quarto, com uma cama de casal, um grande armário e mais a frente grandes janelas com enormes cortinas escuras e ao lado um banheiro. Ele me colocou, com todo cuidado, em cima da cama e foi ao banheiro buscar uma toalha para limpar o ferimento. Alguns minutos depois ele apareceu com uma toalha um pouco úmida e levantou delicadamente meu vestido ate o joelho, ele passou de leve a toalha e, querendo ver como estava, vi o sangue e para felicidade minha desmaiei deitando na cama.
- Você está bem? – Ele havia deitado ao meu lado. Ele continuava com aquela expressão tranquila, suave e sorridente.
- Estou sim, de verdade – Eu estava totalmente tonta, mais me sentia bem. Eu queria sair dali eu queria voltar para o salão, mais por alguns minutos vi que meu desejo era ficar ali mesmo.
- Você quer dormir um pouco? – Ele continuava a vigiar o que se passava comigo.
- Acho que sim – E por impulso cheguei mais perto dele, encostei minha cabeça em seu braço e coloquei os meus em suas costas. Ele resmungou mais algumas coisas que eu não compreendi e por fim nos beijamos, louca e apaixonadamente.
Senti suas mãos sobre meu rosto e seu cheiro envolvendo todo o quarto. Eu respirava apressadamente e o desejava, e queria como eu jamais poderia querer algo. Suas mãos flutuavam livremente e eu vi seu sorriso como chama aquecendo meu corpo. Senti meu vestido abandonando meu corpo e como reação a camisa dele sendo desabotoada por minhas mãos. Eu me movimentava enlouquecidamente e o sentia da mesma maneira que eu. Nossos corpos tornaram-se um só, compartilhamos desejo e luxuria magicamente e meus sentidos se perderam em meio a tanta aventura. Eu nunca imaginaria a ideia disso acontecer, e por mais enfeitiçada que eu já estava eu delirava e agarrava seu corpo. Eu podia perceber sua boca beijando meu corpo e minhas mãos segurando sua nuca, meu corpo perdendo a razão diante de tudo.
Corpos, luxuria e desejo era o que se repetia na minha mente, já falha. E durante o restante da noite a única coisa que poderia dizer era: “Eu não imaginava o quanto perfeito você era”

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Diário

Não preciso ser egocêntrica a ponto de guardar minhas felicidades, escrevo aqui, que hoje foi um dos meus melhores dias.
Não necessariamente aconteceu alguma coisa que justificaria todo o inexplicável, como eu penso que ainda possa vir a acontecer, mas realizou o que há pouco tempo eu comecei a sonhar. Eu o vi! Não garanto ser essa uma das melhores escritas minhas, mesmo porque o entusiasmo é tanto que eu realmente não sei descrever todo esse sentimento, quem ama sabe o que é! Eu apenas creio que hoje irei dormir tranqüilamente, ninada pelo olhar dele. Ele não sabe mas se tornou meu vicio incontrolável, eu o desejo muito mais que minha própria vida e muito mais do que já desejei algo. Mil vezes mil vezes e novamente mil vezes, é só o que sei pensar.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Livre pelo amor.

Recebi uma carta e era dele. Eu sentia seu cheiro, suas mãos escrevendo com a caneta sobre a folha. Eu peguei-a e abri, fiquei absurdamente chocada quando li que ele iria embora da pequena cidade. Minha reação? Sim, totalmente desmotivadora eu não sabia o que fazer, porém no final da página lá esta minha salvação!

- “ Querida, sei que não posso impedi-la de viver, mesmo porque, tudo que sinto não se resume em ter você apenas para mim! Quero que saiba o quanto eu a amo e o quanto, por mais difícil que seja, a liberto de todo meu amor para seguir em frente. Nunca duvidei um segundo da sua palavra, quero propor que se for de seu agrado irei buscá-la hoje a meia noite em frente ao chafariz da cidade, é uma decisão difícil por isso mandei o mais cedo que pude, mas lembre-se que se você não for, está totalmente livre! Eu a amo muito minha pequena garota” – Terminei de ler e logo comecei a chorar, eu duvidava da minha capacidade de abandonar todos os confortos que tinha, seria uma coisa muito difícil, porém preferia mil vezes estar ao lado dele do jeito que fosse do que viver sabendo que poderia ter ido ao encontro e fugido.

Fui criada em uma grande família, famosa por ocupar grande parte da corte Inglesa. Desde pequena eu convivia com pessoas da nobreza e muitas das coisas que eu sabia eram devido a elas. Eu tinha tudo em minhas mãos, controlava muitas coisas referentes a mim. Mas um belo dia eu perdi todo o controle, quando eu vi pela primeira vez o homem destinado a cuidar da minha segurança, pois constantemente a corte recebia ataques. Eu olhei para ele e por alguns minutos eu senti minhas pernas tremerem, meu coração acelerar, meu sangue esquentar, eu não conseguia tirar meus olhos dele, era como se fosse meu reflexo no espelho, diferente lógico, mas de mesma essência. Fui apresentada a ele, e no momento em que ele pegou minha mão, delicadamente eu senti a felicidade me abraçar de mansinho, ele beijo-a e eu apenas sorri. Eu não imaginava o quanto estava feliz em conhecê-lo, havia cansado de viver com inúmeras restrições, e ele me dava toda a liberdade. Durante os meses que vieram, ele começou a passar a maior parte do dia comigo. De início achavam estranho andarmos a sós. Gostávamos dos mesmos livros e normalmente íamos aos mesmos lugares e concertos de música. Eu não me imaginava mais sem a presença dele e acredito que ele sem a minha. Um belo dia fomos a um campo andar a cavalo, eu gostava do jeito em que ele me fazia enfrentar qualquer tipo de obstáculo e me sentia realizada ao lado dele. Depois de uma longa cavalgada sentamos para um piquenique, era tudo muito mágico. Esticamos a toalha e logo começamos a colocar tudo fora da cesta. Comemos algumas frutas que pareciam ser muito saborosas e derrepente ele me olhou nos olhos e riu, logo perguntei o que era.

- Obrigado por ter me escolhido, acredito que se não fosse de bom gosto a você, logo teria me demitido. Você tem feito dos meus dias algo extremamente magnífico. – Ele abaixou a cabeça, e pude perceber o quanto ele estava envergonhado. Já era tímido e expondo seus sentimentos ele se tornava mais. – Eu já não sei o que falar e tem acontecido algo que creio que não devo esconder justo de você. – Ele estava totalmente sério e eu apenas sorria e o encarava.

- Pois então me conte, já lhe disse que pode falar o que quiser! – Eu não sábia o que era tão importante naquele momento.

- Deixa eu te mostrar que será mais fácil você compreender! – Ele chegou de mansinho mais perto de mim, e continuava a me encarar e eu de repente fiquei imóvel, apenas lhe retribuía o olhar. Ele inclinou a cabeça e suavemente me beijou. Foi como um sonho e durante aqueles segundos, me emocionei de tão puro que era o saber do amor.

No mesmo dia, chegando em casa do meu passeio, descobri que toda a guarda estava a nossa espera. Assim que desci do cavalo vieram dois guardas e me seguraram pelo braço, e imobilizaram-no. Eu estava louca e pedi para que me soltassem e ninguém me dava atenção. Mais a frente estava vindo meu pai, um dos homens que a Inglaterra reverenciava e ao qual eu não suportava. Levaram meu amor para uma das celas que haviam dentro da casa real e a mim para a sala nobre. Fui questionada sobre a minha postura de ser flagrada aos beijos com um segurança que nem sangue puro teria, e pela primeira vez na vida, não reivindiquei nada ao meu direito. Fiquei trancada por uns dias dentro de uma sala sem acesso algum aos outros cômodos da casa. Após alguns dias uma das senhoras, que antes passavam o dia comigo, veio me visitar. A pedia para acreditar na minha palavra, e ela me vendo naquele estado começou a chorar. Falei-a que nada importaria e que no final tudo daria certo, mas de início precisava de uma ajuda. Ela me olhos e questionou sobre o que eu faria

- Minha linda, você tem certeza de que quer isso? Você correu um grande risco há semanas atrás e não consigo vê-la nesse estado, me dói à alma – Ela pegou em minha mão e chorou. Muito mais que apenas uma senhora ela se tornou uma amiga, uma irmã e uma mãe, pois minha mãe verdadeira não se dava ao luxo de vir me visitar.

- Sim, é apenas isso que eu quero, que você solte-o e o deixe livre, ele vai entender. Não deveriam o culpar por me amar! – Eu apenas pensava no momento em que o tinha conhecido – Eu sinto que é verdadeiro, eu irei fugir imediatamente daqui, isso eu consigo. Apenas peço que o solte e venha me contar! – A senhora saiu da sala às pressas e em meia hora retornou. O sol começava a nascer e ela toda contente veio e meu contou o que houve.

- Consegui soltar ele, foi difícil, mas se era isso que a senhorita queria, eu fiz. Ele a ama muito e eu, assim como você, acredito nesse amor. Ele me mandou entregar essa carta!

Sim, era minha carta. Eu apenas deveria decidir meu destino.

Tive que manter tudo em segredo durante algumas as horas que se passaram antes de fugir de casa e abandonar toda uma vida. Não sabia nem direito o que fazer, nem por onde começar e quanto mais eu ficava pensando, mais eu perdia a noção do tempo. Pedi a senhora, que me ajudasse a fazer uma pequena mala, com algumas roupas que usaria nos próximos dias, o resto eu dava um jeito. Pela tarde relembrei toda minha infância naquela casa, agora só restava a saudade antecipada. Eu já começava a me desprender de qualquer sentimento que eu poderia ter, mas o que mais em machucou foi ter que deixar a velha senhora aos cuidados da casa. Quando o sol se punha e dava lugar à lua eu começava a acordar, logo depois me despedi do que era possível e fui descer silenciosamente as escadas da saída dos fundos. Lacei um cavalo que estava por perto e fui em direção à cidade, eu sentia a liberdade de viver, sentia o amor fluir em minhas veias. Foi quando ao longe o vi em um cavalo preto, ele sorria pra mim. Desci do meu cavalo e corri o mais rápido que pude e o abracei. Seu corpo me apertava e ele me beijava. Suas mãos seguravam meu rosto e sentia o quanto real era tudo aquilo.

Subi em seu cavalo e fomos em direção ao horizonte que ao longe se transformava em uma linda paisagem campestre. O vento beijava suavemente minha pele e bagunçava delicadamente cada fio do meu cabelo. Eu me sentia livre a cada segundo que passava. Ele sorria de uma forma tão natural e tão comovente como se a vida apenas lhe mostrasse a felicidade. Passei todo o percurso encostada-se a suas costas, sentindo seu perfume que me envolvia e quando achei que estava livre de tudo o que me impedia de viver com ele, ouvi um barulho muito forte atas de nós. Acionaram a Guarda Inglesa, eu sabia, estava atrás mim. Agora eu não poderia fazer nada. A única certeza que eu tinha era que eu estava com ele, meu grande amor, e ao lado dele nada de ruim iria me acontecer, eu estava protegida. Todos sabiam, eu iria enfrentar o que fosse para viver ao lado dele.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

I- Folhas de Outono

Bom, tudo começou em 11 de Abril. Na realidade foi muito antes, mas considero esse dia o marco inicial da minha vida, a primeira vez que eu conheci o amor.
Era uma linda tarde de outono, eu havia saído para andar por um parque do qual eu achava muito bonito nessa época. As folhas secas das árvores começavam a cair, as típicas folhas de outono que guardo até hoje dentro do meu livro. O sol esquentava tudo o que o frio insistia em congelar, porém não me importava, sempre achei interessante o jogo pelo qual eles vivem a brincar. Os cisnes desfilavam timidamente pelo lago que cortava o parque e os velhos casais de passarinhos continuavam a se debicar no topo das árvores. Mais a frente havia uma pequena praça, de um gramado verde claro, de pequenas roseiras vermelhas aos cantos e por fim uma pequena nascente que se incorporava, ao fundo, com o lago. Havia alguns bancos a disposição de quem quisesse sentar. Dois bancos na entrada da pracinha, um à frente da nascente e o mais especial, de baixo de uma grande árvore da qual caia as tais folhas incessavelmente.
Um dia sentei nesse banco para admirar a beleza que a natureza fez e o pouco que a humanidade preservou nessa incessante luta, e eu realmente não sabia que esse dia faria uma diferença enorme em minha vida. Logo após ter sentado, um jovem rapaz sentou-se na outra ponta do banco, um lindo garoto de olhos verdes, um olhar do qual não passava despercebido, era alto, de pele clara e cabelos castanhos. Vestia uma camisa branca de colarinho, calça preta e sapatos pretos engraxados que reluziam a luz do por do sol. Ele olhou em minha direção e me entregou um pequeno livro de capa dura verde.
- Abra e leia-a! – Disse ele, com uma voz tranquila e doce que me encantou. Ele olhava fixamente ao lago como se tivesse algo que prende sua atenção.
-Ler o que? – Perguntei sem saber – Não estou entendendo - Ele não me olhava, calmo, repetia a mesma frase.
Então, mesmo sem entender nada abri o pequeno livro, achei melhor fazer o que ele pedia, folheei e achei algo que me interessasse, e comecei a ler.
-“ JULIETA : Quem te trouxe até aqui?
ROMEU : Primeiro, o próprio amor; aceitei o seu conselho e empreitei-lhes meus olhos. Não sou timoneiro e contudo, se estivesse tão longe quanto a praia banhada pelo mais longínquo mar, sairia em busca de tão precioso tesouro.” – Durante esses minutos não pensei em mais nada do que no pequeno verso que li e reli mentalmente e que fui interrompida, por ele, de continuar. Pensei no que aquilo tudo poderia dizer, era conhecidencia de mais, abrir um livro e ler justo essa página, ironia tão grande e mágica de um destino que talvez pudesse ter sido traçado muito antes de eu imaginar o conhecer. Olhei pra ele, mas ele continuava a olhar o lago e depois de um longo tempo em silêncio ele disse .
- Acho lindo essa parte e conveniente para se lê-la aqui – Ele possuía um vocabulário vasto da qual eu pouco sabia interpretar, nada disse a ele pois sabia que naquele momento nada sairia da minha boca, como se eu soubesse tudo o que acontecia mas meu corpo não sabia responder, apenas sorri em silencio e lhe entreguei o livro. Ele olhou pra mim e o entregou novamente, disse que eu poderia ficar com ele e que seria um presente por ter aceitado ler o pequeno verso . A insistência transbordou por seus olhos, olhos que me enxergavam por inteira que viam minha alma.
- Obrigada – foi apenas o que eu pude dizer. Após aquele dia Romeu e Julieta não foram mais os mesmos, os personagens passaram de meros atores para um casal de amantes da qual a história eu sabia de cor.
Depois de um silencio perturbador e o canto de alguns passarinhos que voavam por ali, ele olhou em meus olhos, agradeceu por aquelas horas, beijou de leve minha mão e foi embora, como se ele não soube-se que a partir daquele dia mudou toda minha vida.
- Quando for possível irei vê-la, mas estarei pensando o suficiente em você para nunca estar sozinha, fique bem e até mais. – Como se ele já sentisse algo por mim, algo que ele sabia que começava também a se desenvolver dentro do meu coração por ele, era algo tão mutuo e ao mesmo tempo repentino, era Deus colocando um anjo pelo meu caminho incerto .
Segui seus passos e quis que ele voltasse e até tentei impedi-lo, mas meu corpo não respondia.Quando iria vê-lo novamente? Quando iria olhar novamente para aquele jovem que em poucos minutos transformou meu mundo ? Continuei sentada no banco, vendo até onde poderia enxergá-lo e ele sumiu deixando apenas a recordação daquele momento e a saudade que surgiu meramente . Reabri o livro, uma folha que acabava de cair da árvore sentou em meu colo ajuntei-a delicadamente e a coloquei no livro marcando a pagina do meu mais belo verso de Romeu e Julieta, por minutos quis que tudo acontecesse novamente, que existi-se uma maquina do tempo pra contempla-lo de novo, porém nada iria acontecer, isso era certeza, então minha única saída seria esperar até quando nosso destino iria se encontrar de novo, quando iríamos dividir novamente o banco de baixo das árvores das folhas de outono.